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sábado, 26 de julho de 2014

JAMES GARNER

O cinema perde seu astro com aquele ar de canastrão, simpático e charme especial para interpretar papéis cômicos  

Ele foi o famoso detetive particular com um humor irônico, avesso a armas ou a lutas corporais, que se safava de situações difíceis pela lábia ou com pequenos truques e com uma postura crítica em relação ao trabalho policial

James Garner foi um sujeito que abandonou a escola aos 16 anos para se juntar à Marinha Mercante. Lá exerceu atividades nos mais diversos postos de trabalho, recebendo dois Purple Hearts quando foi ferido duas vezes durante a Guerra da Coréia. O Purple Heart é uma condecoração militar dos EUA outorgada, em nome do Presidente, a todos os integrantes da Forças Armadas que foram feridos ou mortos durante o serviço militar.

Teve sua primeira chance de atuar, quando um amigo arranjou-lhe um papel sem fala na peça The Caine Mutiny Court Martial, em 1954, nos palcos da Broadway. Parte do seu trabalho era ler as linhas para os atores principais, e assim começou a aprender a arte de atuar. O que acabou levando-o a pequenos papéis de comerciais de TV e a um contrato com a Warner Brothers. O diretor David Butler (1894-1979) viu algo em Garner e deu-lhe toda a atenção que precisava, quando ele apareceu em Impulsos da Mocidade (1956). Depois de coestrelar em um punhado de filmes entre 1956 e 1957, o estúdio deu-lhe  um papel de coadjuvante na série western Maverick (1957). Originalmente planejado para alternar entre Bart Maverick (Jack Kelly) e Bret Maverick (Garner), a mostra rapidamente se transformou em o Bret Maverick Show. Como Maverick, Garner foi legal, bem-humorado, simpático e sempre pronto para usar sua inteligência. A série foi muito bem sucedida e Garner continuou nela em 1960, quando a deixou devido a uma disputa por grana.

No início de 1960, ele voltou a fazer filmes, muitas vezes interpretando o mesmo tipo de personagem que tinha feito em Maverick. Seus sucesso incluem Tempero do Amor (1963); Eu, Ela e a Outra (1963); o clássico de guerra Fugindo do Inferno (1963) e Não Podes Comprar Meu Amor (1964). Depois disso, sua carreira parou, e quando voltou a aparecer no filme sobre corridas de automóveis Grand Prix (1966), cometeu o erro de correr profissionalmente. Logo, esta ambição transformou-se em apoio a uma equipe de corrida, mas sem atingir o sucesso alcançado anos mais tarde por Paul Newman (1925-2008). Garner encontraria o sucesso novamente na comédia sobre western Uma Cidade Contra o Xerife (1969). Então, tentou repetir o sucesso com uma sequência: Latigo, o Pistoleiro (1971), mas que não atingiu os padrões do primeiro. Após 11 anos fora da telinha, Garner voltou a ela em um papel não muito diferente daquele feito em Uma Cidade Contra o Xerife. O show foi Nichols (1971), onde interpretou um xerife que iria tentar resolver todos os problemas com sua inteligência e sem arma.

O detetive avesso a armas.
Em 1974, conseguiu o papel pelo qual, provavelmente, será mais lembrado: o irônico detetive Jim Rockford no clássico Arquivo Confidencial, de 1974. A série é sobre um ex-policial, que cumpriu pena por cinco anos acusado de roubo de armas. Ele deixa a cadeia após conseguir o perdão e passa a trabalhar como detetive particular. Com seu um humor irônico – papel que se dava muito bem −, avesso a armas ou a lutas corporais, se safando de situações difíceis pela lábia ou com pequenos truques. Seu personagem, Jim, costumava ter uma postura cínica em relação ao trabalho policial, algo que ele conhecia bem de perto. A série foi ao ar originalmente na rede de televisão NBC, entre 13 de setembro de 1974 e 10 de janeiro de 1980, e ainda hoje pode ser vista na TV americana, pois é considerada um clássico cult por lá. Ela se destacava pela qualidade de seu enredo e pelo charme e carisma de James Garner, que estrelou como Jim Rockford, pilotando seu Pontiac Firebird. A série foi criada por Roy Huggins e Stephen J. Cannell (Huggins é o mesmo que havia produzido a série Maverick, de 1957 a 1962, que quis experimentar a captura dos mágicos dias de um detetive moderno em ação). O memorável tema feito pelos compositores Mike Post e Pete Carpenter recebeu vários prêmios. Esse trabalho tornou-se o segundo grande sucesso da televisão, que lhe rendeu um Emmy em 1977 por sua interpretação. No entanto, Garner se viu forçado a abandonar a série por uma combinação de lesões nas costas e nos joelhos – em parte por ter dispensado dublês nas cenas de ação −, e pela descoberta de que a "contabilidade criativa" da Universal Pictures, não lhe dava participação em qualquer um dos enormes lucros gerados pelo show, o que ajudou a azedar a relação e show terminou em 1980.

Na década de 1980, Garner apareceu em alguns filmes, como Uma Família em Pé de Guerra (1984) e O Romance de Murphy (1985). Para esse último, ele foi nomeado tanto para o Oscar quanto para o Globo de Ouro. Voltando ao western, ele coestrelou com − na época ainda jovem − Bruce Willis (1955-), em Assassinato em Hollywood (1988), de Blake Edwards (1922-2010). Uma história mítica d
o velho e legendário xerife Wyatt Earp, que em 1929 é chamado a Hollywood para servir de consultor técnico de um faroeste em que seu papel será interpretado por Tom Mix.  Earp e Mix tornam-se bons amigos e acabam investigando juntos o assassinato de uma prostituta do bordel local, onde as profissionais se parecem com estrelas de cinema. Durante a década, ele ainda receberia elogios por seu papel no aclamado filme de televisão Selvagens em Wall Street, de 1993, sobre a ganância corporativa. Depois apareceu no "remake" de sua série de televisão Maverick, ao lado de Mel Gibson (1956-).

Saiba nais sobre esse grande filme clicando abaixo, no nome do filme (IMDb):
James Garner (1928–2014)



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